Ela é aquela que sempre deixa as portas abertas.
Sai quando precisa e volta se quiser.
Não tem cola e nem marca lugar pra outrem.
Nem comprovante de residência ela tem, pra não ter que dar satisfações a ninguém.
Ela é a dona do ninho, manda na gaiola, canta no puleiro. SAbe dar carinho, amor e até a própria vida, se não a impedirem de voar.
Sabe ser terra e até eterna, mesmo que por segundos, quase efêmera, quando ama,
Ama pra sempre, mesmo se o pra sempre passar.
Ela é quente, chama, fogo e vulcão
Da sua língua escorre o Que desejar, seja a lava, seja o Mel ,sejam versos, seja o fel.
Pode ser branda como o luar, pode ser inconstante como espuma do mar.
Ela é ela. E mais ela, e quem a vê por fora não precisa tentar decifrar.
Imperfeita, carrega cicatrizes profundas na alma e um sorriso largo na cara.
Olhos rasos de ondas que já lhe afogaram .
Não pede migalhas ,
não aceita caridades,
ela é inteira,
feita de reciprocidades.
Izabelle Valladares