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Resuminho da História do Brasil até a Chegada da Corte no Rio de Janeiro

Para começar, cinco coisas coligam a História do Brasil com a economia e a política desde a sua descoberta até a chegada da Corte, são elas: Pau-Brasil, Cana de açucar, Ouro, Diamantes e Café. Os "queridinhos" do Brasil que todos queriam colocar as mãos desde sempre.
Todo mundo sabe que a História do Brasil não começou em 1500, ela só começou a ser registrada e documentada a partir de 1500. Antes de Cabral chegar por aqui, na Serra da Capivara, no Piauí, há vestígios humanos que datam de cerca de 50 mil anos atrás. Essa galera da Pré-história se transformou no que os Europeus denominaram Índios, e estudos contam que haviam aqui no Brasil cerca de 5 milhões de índios (coisa pra caramba!). Hoje deveriam ter cerca de duzentos milhões, mas não passam de dois milhões, ou seja? A coisa embrabou para os índios e a vida deles não foi nenhum morango. Não se iludam que aqui os Índios viviam tranquilamente, fumando seus cachimbos da paz, nananinanão! Eles quebravam o pau entre si, em busca de melhores territórios e qualidade de vida.
No período de 1500, quando os Portugueses chegaram por aqui, o que estava rolando era que as especiarias eram o produto mais valioso de mercado, quem não gosta de uma pimentinha, de uma canela, de um docinho, que atire a primeira pedra; essas especiarias vinham das Índias, por rotas marítimas descobertas pelos Vinkings, e utilizadas na corrida das grandes navegações. E se o lema era conquistar terras, saíram na frente Portugal e Espanha, devido à sua localização e clima favorável, mas não pensem que isso foi em Paz, tanto que o Papa teve que interceder e dividir a terra em duas bandas criando o Tratado de Tordesilhas, e foi com esse tratado imaginário de lado A e lado B que as Caravelas lideradas por Cabral, chegaram ao que hoje chamamos de Brasilzilzilzilzil!
Em 22 de abril de 1500, chegaram na Bahia os conquistadores que tomaram poder por aqui; na verdade, não descobriram, apenas conquistaram, e antes de Cabral, Pizzon já tinha passado, mas não fotografou? Dançou. Muitos acham que Cabral teria se perdido na rota para as Índias Orientais , mas há várias contraditoriedades, principalmente no que diz respeito ao preparo da viagem e suprimentos para mais tempo que realmente seria necessário. Então, nossos conquistadores chegaram, deram uma relaxada de uns dez dias, rezaram, colocaram cruz, fizeram um relatório, deram hóstias aos nativos, cuspiram no chão pra mostrar que logo iriam voltar e partiram de volta para a Terrinha. Não pense que logo voltaram, o cuspe secou e nada deles, não acharam ouro ou produtos fáceis de vender logo de cara, e deixaram a terra de lado, volta e meia passavam pra marcar território, deixar uma meia dúzia de Jesuíta, mas só voltaram em número expressivo depois de quase trinta anos. Até que descobriram uma árvore que produzia um pigmento vermelho que era uma das cores que mais agradava a fabricação têxtil da monarquia da época, e o litoral brasileiro era cheio de Pau-Brasil. BINGO! Gritaram os Portugueses. Os índios eram a mão de obra da época, que trocavam seu trabalho por bugigangas, assim ganhavam machados de ferro, que não conheciam, serras tico-tico, entre outros, e saíram da Idade da Pedra para a Idade do Ferro em poucos anos. Em troca disso, cortavam todo Pau Brasil que podiam para passar aos Portugueses, pra eles era só mato.
E a antes chamada Ilha de Vera Cruz passou a ser chamada de Terra do Brasil, e depois pra encurtar, só Brasil. Depois que os Índios tiraram praticamente todo o Pau-Brasil do litoral, os Portugueses já estavam em montinhos pelo litoral, eles já viviam por aqui e tinham até filhos, e decidiram que teriam que colonizar, afinal, não tinham escolha.
Cabo Frio já tinha até uma comunidade Francesa.
Em 1532 Martin Afonso desembarcou por aqui e fundou a primeira cidade, São Vicente, mas a colonização de fato começou a rolar dois anos depois, quando a Monarquia estava quebrada financeiramente e para não deixar o Brasil abandonado, podendo ser invadido por outros povos, decidiu dividir o território em Capitanias Hereditárias, ou seja, passava a administração do lugar para algumas pessoas de sua confiança, e estas tinham que vigiar e proteger a terra e descobrir em seus territórios algo que desse lucro ao Rei, ou seja, sejam felizes, descubram algo de valor e me avisem, ou tinham que voltar para Portugal sem nada. Foi na verdade um sistema de Franquia em que a Marca Portuguesa não deixava de ganhar, enquanto os bons empreendedores tinham seus lucros e trabalhavam sob a influência da Coroa à distância e sob os olhos astutos da igreja de pertinho. Só que apenas duas capitanias estavam dando lucro, então o Rei decidiu mandar um Governador-Geral, uma espécie de Gerente, pra ver as falhas das demais Capitanias e vigiar se o Rei todo poderoso não estava sendo enganado. Tomé de Souza, Duarte da Costa e Men de Sá foram os mais importantes e com papéis relevantes na colonização e administração do botequim. Assim, Tomé de Souza, que veio para centralizar a confusão, fundou minha queridinha, a cidade de Salvador, primeira capital do Brasil. Nessa época, onde iam os navegadores levavam Padres juntos, a Nobreza e a Igreja estavam de mãos dadas, a Coroa queria riquezas e a Igreja queria fiéis, de olho em tornar os nativos católicos. E assim, chegaram os Jesuítas preparados para catequizar os Índios, que chegavam nas tribos com suas lindas bíblias e faziam a imposição: a partir de agora é nisso que precisam acreditar.
O Símbolo da Cruz é muito presente em todo território brasileiro, e usa-se o termo entre a Cruz e a Espada justamente pelo fato de serem os dois instrumentos principais na colonização do Brasil, quem não ia pela Cruz, ia pela Espada. E se observarmos, a Cruz é como uma espada fincada de cabeça para baixo.
A espada era utilizada para dominar os hostis e a cruz para converter os mais mansos.
E os Portugueses não estavam nem aí para manter e respeitar a cultura Índígena, eles queriam era explorar e conquistar, e na marra.
Mas como já foi dito antes, a Coroa estava falida e precisava de dinheiro para se manter, é aí que percebem que a terra é propícia para mais uma riqueza desejada pela Corte Portuguesa, a Cana-de-açúcar, e é impossível não mencionar o extrativismo da cana sem aliar a um dos mais tristes capítulos da nossa história: a Escravidão.
Como o açúcar valia muito na Europa, encheram o litoral de plantações, mas quem iria colher a cana?
Primeiramente, não se iludam que a Escravidão começou com a Importação dos Africanos, não foi. Desde o início da colonização os índios foram escravizados pelos portugueses, e por incrível que pareça, muitos índios foram salvos pelos jesuítas que protegiam os nativos convertidos nas missões que montavam, ou seja, ou se convertiam, ou eram escravizados. Mas os escravizados não aceitavam a submissão, então rolavam verdadeiras Guerras, e como os mesmos conheciam todo território, trilhas e esconderijos, era fácil para sumirem no meio da mata.
A França chegou junto com a turma do deixa disso, pedindo aos índios para não comerem ninguém, que eles eram magrinhos, só comiam um queijinho raramente, para não brigarem com os amiguinhos índios e que eles não queriam estuprar índia alguma. Os índios curtiram os franceses.
Como era difícil manter os Índios escravos, mais ou menos em 1550, os escravos começaram a ser trazidos. Para melhorar a produção de cana era o objetivo 1, só que na época o tráfico de escravos era uma das coisas mais lucrativas que Bitcoin na quarentena, os senhores pagavam caro por homens, mulheres e crianças para cuidarem não apenas de suas plantações, mas de suas casas e de suas necessidades pessoais.
Os países Europeus lucravam muito, a grana era maior que os produtos comercializados, e não pensem que foi difícil para os Portugueses, pois já eram os Reis do Mercado Negro de venda de escravos na Europa há alguns anos, então era só uma questão de tempo começarem com a escravidão por aqui, e entre os séculos XVI e XIX, já eram mais de oito milhões de africanos capturados e escravizados. Só no Rio de Janeiro chegaram uns cinco milhões.
E todo dono de Escravo tinha que pagar impostos para o Rei. Estes eram capturados no interior da África por tribos inimigas que conheciam o território e sua fraqueza, muitas crianças eram capturadas brincando pelo mato também. Eram vendidos no Litoral e transportados como mercadorias em Navios Negreiros, mais lotados que vagão do metrô Centro/Zona Norte na hora do Rush. Triste, não?
A coisa ficou tão séria que ter um escravo no Brasil era como ter uma TV de LCD hoje, todo mundo tinha; não pense que só os ricos, coronéis, nobres, tinham escravos, até os escravos libertos tinham escravos, e uma família de classe média tinha pelo menos 2 escravos, "Creideuspai!"
Não havia outra mão de obra, ou você ralava, ou tinha um escravo pra ralar pra você.
Em 1580, o trono de Portugal ficou vago, e por incrível que pareça, quem ocupou o trono foi o Rei da Espanha. Isso chamou-se União Ibérica e acabou chamando a atenção dos inimigos da Espanha para a nova e produtiva Colônia Portuguesa. A pior de todas inimigas da União era uma empresa dominada pela Holanda, chamada Cia das índias, e em 1624 os Holandeses invadiram Salvador, mas foram expulsos e seus navios foram afundados; em 1630, voltaram com força total e com sangue nos olhos e conquistaram uma grande parte do Nordeste, fundando a Nova Holanda na Capitania de Pernambuco.
Por isso os Pernambucanos não são baixinhos, Holandês é uma raça diferenciada.
Aí entra em cena um grande navegador que aprendemos na escola que era um vilão, mas a coisa não era bem assim.. Nas mãos do Maurício de Nassau, vulgo Maurição, Recife se tornou uma das cidades mais prósperas do Brasil, tinha até um Zoológico e um observador planetário construídos por ele. ?????? Como ele acabou emprestando muita grana da Capitania das Índias aos senhores de Engenho, e o povo começou a dar calote, ele começou a ser cobrado por isso e teve que ir embora do Brasil. Não tinha SPC na época.
E a empresa começou a sufocar os senhores de engenho por isso. Nessa, adivinhem? O pau comeu feio, e como os coronéis do açúcar, brasileiros, índios, Portugueses e seus escravos eram em número maior, os Holandeses acabaram sendo expulsos do Brasil, mais uma vez. (Uma pena!)
Outra consequência da União Ibérica diz respeito ao tal tratado de Tordesilhas feito lá traz pelo Papa, mas a galera aqui nunca acreditou muito nesse tratado, e agora que o rei da Espanha era rei de Portugal que não acreditariam mesmo. Então... virou festa. Assim, como a parte Portuguesa era só uma faixa litorânea, passou a crescer para o interior do país. Assim entram os elementos chamados "Bandeirantes", que aprendemos que eram Europeus bonzinhos, interessados em fazer crescer o País, usando roupas luxuosas e chapéus de plumas, mas na verdade muitos deles já eram filhos de índios com Brancos, que se aproximavam para encontrar não apenas metais preciosos mas também para capturar aqueles índios rebeldes que fugiram da Escravidão.
Os Bandeirantes foram muito influentes na história do Brasil, e foram eles que encontraram e acabaram com o Quilombo de Palmares, o mais famoso Quilombo, que ficava em Alagoas. Palmares não era apenas um refúgio ou o El Dourado negro, era uma verdadeira fortaleza onde viviam milhares de pessoas, durou mais de 100 anos e chegou a ter 30 mil pessoas vivendo. Os Portugueses atacavam e os Quilombolas resistiam, até que o bandeirante chamado Domingos Jorge Velho conseguiu matar o Líder de Palmares (o líder negro chamado Zumbi), que teve sua cabeça arrancada e exposta publicamente em Recife, como fizeram mais à frente com Tiradentes.
No início do Século XVII, começou a Crise da cana, isso porque outras áreas do Novo continente também foram exploradas pelos Ingleses, Holandeses, Espanhóis, se estendendo até o Caribe, fazendo aumentar demais a produção e cair o preço de venda. O Açúcar já não era tão chique assim! Mas ainda assim provocou a Guerra dos Mascastes em Pernambuco. Os senhores de Engenho de Olinda estavam quebrados depois da expulsão dos Holandeses e queriam continuar mandando e desmandando na região, mas no meio do caminho haviam os Mascates, que eram os comerciantes Portugueses do Recife que estavam cheios da grana e também queriam dar ordens à vontade. Aí começou a velha treta (Grana + Poder + Osso = Ninguém quer largar)
Até que Portugal se aliou aos Mascates, pois o Ouro já havia sido descoberto no Brasil, e quanto menos caciques, melhor para Portugal. Assim, multidões de Imigrantes queriam vir para o Brasil, no início do século XIX tínhamos 300 mil colonos aqui e no final passava de 1 Milhão. Várias Vilas e cidades já tinham autonomia, tirando o Brasil agrícola e o transformando aos poucos em um país urbano. A economia na Região Sudeste cresceu tanto que a capital mudou-se para o Rio de Janeiro.
O Ouro modificou a cara do Brasil, éramos a nação mais desenvolvida no Ocidente.
Lógico que Portugal não deixaria barato tirar o Ouro de sua terra, enquanto carrinhos subiam e desciam as minas, os impostos e tributos iam sendo criados. O mais famoso desses tributos era o "Quinto", que estipulava que 20% do Ouro era de Portugal, e como cada hora surgiam novos impostos, o Brasil começou a virar essa Zona tributária que vemos até hoje. Lógico que nessa época já existiam seres pensantes e começavam a articular várias revoltas, e não podemos resumir a história do Brasil sem esquecer da Inconfidência Mineira e de Tiradentes.
Depois da Proclamação da República, Tiradentes e os inconfidentes viraram Heróis, os Revoltados queriam a Independência do Brasil para não pagarem mais impostos ao Rei. Nada menos justo, mas os Inconfidentes de Minas não se importavam com a abolição ou outros problemas enfrentados pelos Revoltosos do restante do país, o foco deles era Minas Gerais, só que entre os inconfidentes, tinha um pilantrão que devia uma fortuna à Coroa Portuguesa, Joaquim Silvério dos Reis, e em troca do Perdão da dívida, o hoje chamado popularmente como X9, dedo duro etc.. Entregou os amigos e estes foram presos. Essa foi a percursora da delação premiada.
A maioria dos inconfidentes era da alta hierarquia, assim sendo, o exemplo de punição deveria ser o mais humilde, que no caso era nosso pós-herói Tiradentes, um minerador e dentista. Por isso virou bode expiatório e foi enforcado em Praça Pública no RJ e teve suas partes espalhadas por toda Estrada Real que ia até Ouro Preto. Dez anos depois, mais uma revolta abalava o poder português, a Conjuração baiana; essa contou com brasileiros de diversas classes sociais, inclusive os negros, que eram e são até hoje a maioria no território baiano. Essa lutava contra a Escravatura e a favor da independência da Bahia era uma revolta popular de mais força. Os quatro negros da Revolta de Búzios viraram fantasmas, mas lá atrás essa história era diferente, foram assassinados: Luiz Gonzaga, João de Deus, Lucas Dantas e Manuel Faustino.
Mas claro que Portugal não cederia com facilidade e mandou muita bala nos baianos, prendeu os líderes e matou todos eles.
No começo do séc. XIX, Napoleão tocava o terror na Europa e todos o temiam, e ao receber a notícia da invasão de tão temido Imperador, pernas pra que te quero. No meio da madruga a Corte pegou o que deu pra pegar e chegaram lindos e fugidos em nosso país acolhedor com milhares de pessoas à bordo dos navios. Desembarcaram no litoral do RJ em março de 1808.
Nessa época, até pensaram em levar a capital para o Centro do País, mas Dom João achou que melhor seria estarem perto do mar, do movimento do comércio. Porém, viu que não dava para viverem como estavam, e assim fundou o Primeiro Porto e autorizou a instalação de várias fábricas, rolando o primeiro upgrade no Brasil.

Como eu disse que eu iria até a chegada do nosso primeiro Imperador, eu fico por aqui.

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